O prefeito reeleito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), vem defendendo o nome do governador João Azevêdo (PSB) para a disputa do Senado, em 2026. A posição surge num momento em que o próprio mandatário do Palácio da Redenção não nega e nem confirma a disposição de se submeter às urnas no ano de encerramento do seu mandato. O comum, mais recentemente, tem sido aliados e palpiteiros fazerem contas sobre o futuro político do gestor, com praticamente todos os prognósticos excluindo ele da disputa pelas urnas – uma conta que só fecha na cabeça de quem foi já para Pasárgada.

É um tal de ele fica até o fim do mandato e elege fulano. Ele fica até o fim do mandato e abre vaga pra sicrano. Equações que quase nunca contemplam o pós-governo em algum cargo, só que quem tem a caneta nunca a entrega graciosamente. Ainda mais em um momento particularmente positivo, como é o do governador. O mandatário contemplou o fim da apuração das urnas, neste ano, vendo seu partido eleger 69 prefeitos. Em João Pessoa, contribuiu para a recondução do principal aliado, o prefeito Cícero Lucena. Em Campina Grande, o médico Jhony Bezerra (PSB) “assustou” o grupo Cunha Lima, indo para o segundo turno.

Por isso, para 2026, João deve manter a chama acesa, oscilando entre o estímulo ao sentimento de que será candidato ao Senado e ao de que ficará no mandato até o fim. Esta equação fará com que o café não esfrie. Se disser que será candidato e se afastará em abril de 2026, todo o grupo político passará a fazer a corte a Lucas Ribeiro (PP), o vice. Se disser que fica até o fim do mandato, assumirá o papel de rainha da da Inglaterra, com todo mundo procurando o ungido para o beija-mão. O caminho do meio, com o benefício da dúvida, portanto, é sempre o melhor.

Mas o fato é que o primeiro passo para esta confirmação foi dado por um aliado de primeira hora. Cícero e João estão lado a lado desde 2020, quando o prefeito foi eleito para o terceiro mandato à frente da capital. A promessa do gestor pessoense, agora, é de reforço ao projeto que o governador decidir abraçar. Em relação ao Senado, Cícero conhece bem os caminhos que levam ao tapete azul da Casa Alta. Mas a escolha propriamente dita, agora, caberá ao governador.

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